O primeiro semestre do ano gerou uma estatística histórica entre a população: o índice de mortalidade é maior que o de natalidade. Desde 2003, o Registro Civil não registrava uma diferença tão pequena entre o número de nascimentos e óbitos em municípios mineiros.
Em Viçosa, de janeiro a julho, os cartórios emitiram 520 certidões de nascimento e 412 de óbito. Uma diferença de 108 habitantes a mais. Durante os 12 meses de 2020, foram 456 mortes no total contra 869 registros de nascimento e, em 2019, 1.010 pessoas nasceram no município e 467 viçosenses faleceram, gerando uma diferença de 543 habitantes, número bem maior que os dados de 2021.
Somente em julho deste ano, até agora, são 50 nascimentos e 45 mortes. E no mês passado, foram somados 73 novos moradores contra 62 certidões de óbito.
Os dados estão no Portal da Transparência do Registro Civil e são fornecidos pelos cartórios de todo o país. Em Minas Gerais, foi registrado o menor número de nascidos vivos desde 2003, quando iniciou a série histórica, com 140.456 certidões. Já em relação aos óbitos, houve um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado, com 117.330 mortes.
IMPACTOS DA PANDEMIA
A aproximação do número de nascimentos com o de mortes é entendido como um reflexo direto da pandemia de Covid-19, segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). Uma alteração demográfica demonstra um encolhimento na taxa de natalidade e, consequentemente, um envelhecimento da população.
Os dados do Portal da Transparência não informam a causa das mortes e a expectativa é de que, com o avançar da vacinação, os casos fatais de infecção pelo novo coronavírus diminua ainda mais para deixar de ser um grande fator de óbitos em todo o país.