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Medicamento da Pfizer reduz riscos de morte e de falência respiratória por covid-19, aponta estudo inédito

Inédito: medicamento pode evitar mortes ou a piora de quadro respiratório de pacientes com Covid-19, sugere a Pfizer, por meio de comunicado divulgado ontem (16/06);
Fonte: ICTQ
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Foto: Reprodução

Surge uma possível nova esperança para o tratamento do novo coronavírus por meio de um medicamento que já é usado principalmente no tratamento de artrite reumatoide, pois, segundo informação divulgada, hoje (17/06), no Valor Econômico, um fármaco se mostrou capaz de reduzir em 37% o risco de morte ou a piora do quadro de pacientes com Covid-19.

Trata-se do Xeljanz (tofacitinibe), da farmacêutica americana Pfizer, que em estudo liderado e coordenado pelo Academic Research Organization (ARO), entidade ligada ao Hospital Albert Einstein de São Paulo, mostrou resultados promissores descritos em um artigo publicado na revista científica The New England Journal of Medicine, ontem (16/06).

Ainda de acordo com as informações, a ARO exerce a atividade de centro de pesquisa clínica e já havia realizado outros sete ensaios para avaliar diferentes drogas em pacientes em tratamento por Covid-19. Nos testes anteriores, foram testados anticoagulantes, corticoides, medicamentos usados por diabéticos e, no início da pandemia, a hidrixicloroquina.

“De todos os estudos que nós fizemos, eu considero que esse [com o tofacitinibe] foi o mais robusto do ponto de vista da metodologia científica e de todas as drogas que nós testamos até agora, pois o resultado que nos pareceu de maior impacto até o momento foi esse”, revelou o médico e diretor de pesquisa do Einstein, Otavio Berwanger, que esteve à frente do comitê-executivo do estudo, em entrevista publicada pelo Valor.

O Estudo

Já por meio de comunicado divulgado pela Pfizer e pelo Einstein foram revelados detalhes sobre o estudo, que teria sido realizado com 289 pacientes adultos que estavam internados com a infecção em estado de gravidade moderada.

Na análise, realizada com dois grupos, um foi tratado com o medicamento associado ao tratamento padrão até receberem alta ou durante 14 dias de hospitalização.  Já o outro recebeu placebo, também de maneira paralela à terapia já utilizada e pelo mesmo período.

“Ao final de 28 dias, em relação ao grupo placebo, o medicamento reduziu em 37% o risco de morte ou falência respiratória. Este dado é importante por demonstrar que o tofacitinibe possui efeito benéfico aditivo aos corticoides, que já demonstraram sua eficácia em pacientes hospitalizados com Covid-19”, destaca o comunicado.

Nesse sentido, a diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine, completou: “Trata-se de uma importante evidência científica na luta contra a doença e a Pfizer segue muito empenhada em buscar novas opções terapêuticas”, pontuou em nota.

Mais testes

Apesar dos resultados promissores, esse foi o primeiro teste clínico no mundo a usar tofacitinibe em pacientes com Covid-19. Por isso, mais análises precisam ser realizadas para comprovar, de fato, a eficácia e a segurança do fármaco na terapia contra a doença.

Com base nisso, o Einstein e a Pfizer ressaltam que o medicamento “não foi aprovado ou autorizado para uso por nenhuma Agência regulatória do mundo para o tratamento de Covid-19”, pois essa pesquisa ainda é pioneira.

Dessa maneira, até que mais evidências científicas sejam comprovadas é preciso ter cautela sobre a possível eficácia do tofacitinibe, pois, quando se trata de potenciais novos medicamentos contra a Covid-19 “a ciência é a maior arma contra o novo coronavírus”, conforme resume o farmacêutico e professor da pós de Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni.

Mais sobre o medicamento

Considerado um medicamento de alto custo, o Xeljanz é disponibilizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A Pfizer não revela valores, mas, ainda de acordo com o Valor, o produto pode ser encontrado em farmácias por preços maiores que R$ 5 mil.

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