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20 milhões de brasileiros ainda não se vacinaram contra a Covid

Para especialistas, país deve continuar investindo em ampliação da cobertura vacinal para evitar um novo pico de Covid, como acontece na Europa
Fonte: Redação / O Tempo
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Dia D de vacinação contra a gripe no Leme, na zona sul do Rio de Janeiro.
As vacinas contra a Covid previnem sintomas graves e morte

 

 

 

A vacinação contra a Covid ganhou boa adesão da maioria da população brasileira, mas ainda há um percentual de pessoas não imunizadas a serem engajadas em nome da imunização coletiva, para garantir que o país não vivencie um novo pico da epidemia, como acontece na Europa. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) estima que cerca de 20 milhões de brasileiros com mais de 12 anos ainda não receberam nenhuma dose.

Em Minas, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), 1.686.244 de adultos e 537.300 de adolescentes ainda são aguardados para tomar a primeira dose. Para que as prefeituras possam alcançar essas pessoas, a orientação é fazer busca ativa, extensão do horário de funcionamento em salas de vacina e reforço na comunicação.

Para Juarez Cunha, presidente da SBIm, é fundamental que poder público se esforce para mobilizar os faltantes para incrementar o máximo possível a cobertura vacinal. Hoje o Brasil tem 61% da população com esquema vacinal completo, bem abaixo dos 85% de Portugal – país que decidiu pela volta da obrigatoriedade de máscara em espaços fechados por causa da escalada de casos na Europa.

“Temos criticado muito o Ministério da Saúde por não realizar campanhas publicitárias contínuas, não só da vacina da Covid, mas também de outras. Temos que usar todos os meios possíveis que a internet oferece para levar informações confiáveis para as pessoas”, afirmou o médico. “Quando uma pessoa procura o sistema de saúde é fundamental que o profissional detecte se ela não foi vacinada e conversar sobre isso. É preciso acolher e tirar as dúvidas dela, mostrando os benefícios da imunização”, recomenda.

Para que a abordagem aos não vacinados seja mais efetiva, também é importante conhecer o perfil dessas pessoas. Está em curso uma pesquisa nacional realizada pelo Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) da Faculdade de Medicina da UFMG, encomendada pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), para verificar os motivos para a hesitação vacinal no país – não somente sobre os imunizantes da Covid, mas sobre todos os presentes nos postos de saúde. A intenção é verificar a baixa na cobertura vacinal no país nos últimos cinco anos.

Pesquisador do Nescon, Lucas Wan Der Maas adianta que já foram colhidos dados com 2.300 moradores de diferentes regiões do país. Preliminarmente, já foi possível perceber que a grande maioria dos brasileiros confia nas vacinas como forma de prevenção individual e coletiva.

“Mas existem outras questões, como a complacência, quando a baixa percepção de risco para uma doença é um problema. Também observamos questão sobre medo de efeitos colaterais e medo de agulha. A preocupação com reação da vacina aparece com uma proporção relevante”, relata o pesquisador, acrescentando que o receio sobre vacinas novas também está presente nas respostas de muitos entrevistados.

Wan Der Maas diz ainda que não se deve enxergar a pessoa que recusa as vacinas como alguém irracional, mas, sim, compreender o seu ponto de vista. “É natural que um pai ou uma mãe se pergunte sobre a segurança da vacina quando vai vacinar um filho. O nosso papel é mostrar que os benefícios da vacina”.

Até o dia 7 de dezembro, a pesquisa realiza o Diálogo on-line (DOL) sobre cobertura vacinal, desinformação e hesitação. A participação é gratuita, aberta a todos os interessados e pode ser feita a qualquer momento durante o evento. A programação conta com fóruns, rodas de conversa e conferências sobre vacinação.

Médicos ganham o espaço das redes sociais

Para uma campanha de vacinação bem-sucedida, o investimento em comunicação é fundamental. Especialmente quando há uma enxurrada de fake news se espalhando em aplicativos de trocas de mensagens. Como não houve um grande investimento do Ministério da Saúde em comunicação de massa, muitos pesquisadores e médicos passaram a dedicar boa parte da rotina para divulgar informações adequadas pelas redes sociais.

Um exemplo é Júlio Abreu, pneumologista e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Desde o início da pandemia, ele publica vídeos curtos no Instagram sobre assuntos que levantam dúvidas entre os 17 mil seguidores. “Quando as pessoas se esclarecem por meio de um material bem embasado, elas têm mais autonomia para tomar uma decisão mais correta e recomendada pelos órgãos de saúde”, afirma.

Para ele, o governo federal cometeu erros nas estratégias de comunicação, como por exemplo a adoção da figura do Zé Gotinha para uma campanha voltada para o público adulto. “Mas temos a vantagem de ter uma capilaridade muito grande no sistema público de saúde, que fez toda a diferença. A informação pela internet é muito importante, mas ela tem dois lados. Existe uma infinidade de vídeos de pessoas que se dizendo médicos e divulgando informações erradas”.

Em Belo Horizonte, a médica Luana Araújo ganhou grande visibilidade na divulgação de informações verdadeiras sobre Covid e vacinas pelo Instagram. A infectologista ganhou destaque por conta de uma passagem meteórica pelo Ministério da Saúde e atualmente tem mais de 314 mil seguidores nessa rede.

Vacinas são seguras e eficazes

Entre as pessoas que não se vacinaram, é comum ouvir um discurso de que existiriam casos de pessoas que foram hospitalizadas ou morreram após tomarem a vacina. Mas os números da pandemia mostram que, na verdade, os imunizantes salvaram milhares de vidas no Brasil. Em abril, o país chegou a contabilizar mais de 4 mil mortes por Covid em um dia, enquanto hoje a média diária está em 215. No país, mais de 300 milhões de doses foram administradas e não há qualquer relato de óbito pós-aplicação. A segurança foi garantida em estudos e na vida real.

“A atual pandemia é dos não vacinados. Mas a partir do momento em que a doença circula nos bolsões dos não vacinados, mesmo as pessoas imunizadas podem desenvolver a doença. A vacina é eficaz em evitar doenças graves e mortes, mas não impede a infecção. Para evitar que todos tenham a doença é preciso ampliar a cobertura vacinal e manter as medidas não farmacológicas”, explica Juarez Cunha, presidente da SBIm.

 

 

 

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