Desde o começo deste mês, a Embraer deu um salto no mercado financeiro, com seus papéis subindo 15,7%. O movimento começou quando a empresa anunciou ter fechado um pedido para entregar, para uma companhia dos Estados Unidos e da Europa, 200 unidades de seu veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (ou eVTOL, na sigla em inglês, como é chamado o “carro voador” no mercado aéreo). Seis dias depois, a Embraer comunicou a encomenda de mais 50 unidades do produto e, na quinta-feira, 10, informou estar negociando com a americana Zanite uma combinação de negócios visando à capitalização da Eve, sua subsidiária que desenvolve a aeronave.
Silva, que atualmente é conselheiro da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), afirma acreditar que o “carro voador” possa começar a operar entre 2025 e 2026, mas enfrentará desafios importantes até lá. Um dos maiores entraves será conseguir remunerar todos os envolvidos em sua cadeia, desde fabricantes da aeronave até os donos do imóvel onde o eVTOL pousará. Para isso ser possível, diz ele, é fundamental que o veículo funcione de forma autônoma, sem piloto – que encarece a operação.
A intenção do setor é que o “carro voador” seja um meio de transporte popular e bastante demandado. Segundo Silva, para cumprir com esse objetivo, o veículo não poderá custar mais de US$ 600 mil. A ideia inicial não é que ele seja adquirido por consumidores, mas funcione como um táxi aéreo.
O executivo diz ainda que a Embraer está preparada para ser uma das principais empresas desse mercado futuro. Isso porque as startups que trabalham em projetos semelhantes deverão ter dificuldade para certificar suas aeronaves e as gigantes Boeing e Airbus não estão, por enquanto, dando prioridade ao produto.