O Governo de Minas negou a possibilidade de uso político das vacinas e declarou que cumpre o que prevê o Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
“A expectativa que cada município tem em relação ao número de doses nem sempre é confirmada quando as vacinas chegam do Ministério da Saúde. Cada dose enviada ao Estado é carimbada. Na semana passada, vieram doses para o grupo de comorbidades. Belo Horizonte havia recebido muito mais doses para este grupo do que qualquer outro município de Minas porque as duas primeiras remessas de doses da Pfizer foram exclusivamente distribuídas para a capital”, explica.
O secretário estadual completa: “No decorrer das demais remessas, essas novas doses foram distribuídas para as outras cidades do Estado. No momento em que chegaram as vacinas do grupo de comorbidades, o grupo que lidera, o Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes), faz uma análise do número de pacientes por grupo. Por isso, Belo Horizonte não recebeu os 70 mil como esperava porque outros municípios não tinham recebido doses suficientes para imunizar todo esse grupo prioritário. A gente sabe que a capital já venceu esse grupo prioritário, mas têm vários municípios que ainda estão vacinando as pessoas com comorbidades”, esclareceu.
O posicionamento de Fábio Baccheretti é uma resposta a declaração do secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, que afirmou que a capital recebeu, na semana passada, 50 mil doses de vacinas a menos do que o esperado.
Durante o pronunciamento, o secretário de Saúde da capital mineira chegou a dizer que acreditava que a distribuição foi influenciada por fatores políticos, o que foi negado por Baccheretti.
“Eu fiquei muito surpreso porque o Jackson é um secretário muito presente nas discussões comigo e a gente conversa de forma rotineira e não existe nenhum fator político na distribuição de dose. Eu nem participo. O secretário e nem qualquer outro servidor não técnico participa dessa questão de distribuição. A deliberação é feita pela área técnica da secretaria com a área técnica do Conselho de Secretários Municipais de Saúde, do Ministério Público e Defensoria Pública que define”, alega.
Sobre a situação de Minas Gerais em receber menos medicamentos que compõem o Kit Intubação, Baccheretti declara que isso acontece porque o Estado conta com um bom planejamento que fez com que a administração estadual conseguisse comprar os kits para distribuir para os municípios e depender menos do Ministério Público.
“É exatamente o contrário. O bom planejamento do Estado conseguindo comprar Kit Intubação fez com que o estoque de Minas fosse melhor do que o estoque de outros Estados. Quando o Ministério da Saúde distribui o Kit Intubação, ele olha o estoque de cada estado e sua organização. O nosso modelo de organização é modelo para o país. Caso Minas receba menos medicamentos do que outros Estado, é porque Minas conseguiu outras formas de abastecer, comprando direto com os fornecedores e distribuindo para os estados”, afirma.