O projeto de privatização da Eletrobras, que deve ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, divide opiniões. Após o Congresso Nacional aprovar a medida provisória que viabiliza a privatização da Eletrobras na noite dessa segunda-feira (21), o governo federal vai tentar vender a maior estatal de energia do país em janeiro de 2022.
O governo precisa seguir um roteiro para a operação, que será feita por meio de uma capitalização na bolsa de valores, após a sanção da medida pelo presidente Jair Bolsonaro.
A questão é polêmica e está longe de um consenso. Trabalhadores de Furnas, por exemplo, temem o aumento na conta de luz. “Eles estão descotizando essas usinas que fornecem energia a um custo mais barato. Não precisa de fazer grandes contas. A energia que é comercializada hoje na faixa de R$ 80, R$ 100 o megawatt hora, cotizada, vai para o livre mercado, que está em torno de R$ 300. Quem diz é a própria Aneel, que prevê impacto de aumento da tarifa por volta de 17%”, alerta Fernando Queiroz, diretor de comunicação do Sindicato dos Eletricitários de Furnas (Sindefurnas). Além do reajuste que vai pesar no bolso da população, ele diz que os chamados ‘jabutis’ são ameaça para a questão ambiental.
Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg),Flávio Roscoe, é a favor da privatização da Eletrobras, apesar de ter ressalvas. “A Fiemg acredita que a privatização da Eletrobras é muito importante. A Eletrobras é uma das grandes estatais do Brasil e entendemos que ela já cumpriu seu papel estruturando o setor elétrico como um todo. Agora, uma gestão privada traria maior benefício para a sociedade”, disse, apontando que o processo vai melhorar a competitividade do setor elétrico brasileiro.
Roscoe não concorda com algumas medidas incorporadas na privatização, pois impõem custos para o consumidor e para o setor industrial. “A gente entende que esses anexos podem, sim, prejudicar”, ponderou.