Municípios de Minas Gerais começam a sentir o efeito do período de estiagem. Cento e vinte e sete cidades mineiras estão sob decreto estadual de situação de emergência, medida válida até 15 de novembro; 86 delas são cidades do Norte de Minas, região com o pior cenário.
A segunda região mais afetada em Minas é o Vale do Jequitinhonha, com alerta em 32 municípios. Vale do Mucuri e Noroeste de Minas têm três. A região Central tem dois e o Vale do Rio Doce um.
Moradora da fazenda São João, em Montes Claros (um dos municípios incluídos no decreto municipal), Maria Geralda de Oliveira, 62 anos, teve a produção afetada pela seca. Há 30 anos ela vende frutas e verduras no Mercado Municipal da cidade.
“Está muito seco. Muita poeira. Agora não sabemos como fazer. Não temos água. Fica difícil. Ficamos muito preocupados, bichos sofrendo. Falta água para os animais e moradores. Viver sem água é muito difícil”, diz.
Presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), José Nílson de Sá, também prefeito de Padre Carvalho, diz que os decretos possibilitam que mais recursos e ações sejam empregadas. “Possibilita situação jurídica para os municípios receberem recursos do estado e da união”.
Além das ações já existentes, como a distribuição de água potável por caminhões pipas e entrega de alimentos a famílias carentes, a Defesa Civil Estadual também conta com o programa Água Doce, para tornar água potável para os moradores.
O coordenador estadual da Defesa Civil, Coronel Oswaldo de Souza Marques, destaca que outro projeto é o Convivendo Com a Seca, que destinará cisternas para a região do semiárido mineiro com recursos do acordo de reparação firmado entre Vale e estado pela tragédia de Brumadinho.
Segundo a Copasa, nas regiões de abrangência da unidade de negócio Norte, não há nenhuma cidade com racionamento de água.