O governo de Minas Gerais afirmou, nesta quarta-feira (09), que vai aguardar novas recomendações do Ministério da Saúde para aplicar a 4ª dose da vacina contra a Covid-19 em toda a população. Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), neste momento, o reforço será administrado apenas em pessoas imunossuprimidas acima de 18 anos, aplicação que já foi iniciada em todo o estado.
A informação vem após o governo do estado de São Paulo dizer que já pensa na aplicação de uma quarta dose, como vem sendo cogitado em países como Chile e Israel. Em entrevista coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não deu previsão de quando será a imunização da quarta dose, mas afirmou que o reforço será aplicado “independentemente de haver, ou não, recomendação do ministério”.
A administração de uma 4ª dose ainda não é recomendada pelo Ministério da Saúde, exceto para imunucomprometidos. Conforme o executivo estadual mineiro, a campanha de vacinação contra a doença no estado segue as diretrizes da pasta e, por isso, não há o debate sobre a aplicação desta dose de reforço.
Na última segunda-feira (07), o ministro Marcelo Queiroga afirmou que o assunto está em discussão na pasta. Segundo nota informativa divulgada pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, não existem dados suficientes para que a recomendação de outra dose seja feita.
Desta forma, a SES destaca que já orientou os municípios, por meio das Unidades Regionais de Saúde, sobre o esquema vacinal que deve ser adotado. Por meio de nota, a pasta explicou que a recomendação é a aplicação de “uma dose de reforço da vacina contra Covid-19 para todos os indivíduos imunocomprometidos acima de 18 anos de idade que receberam três doses no esquema primário (duas doses e uma dose adicional), que deverá ser administrada a partir de 4 meses”.
De acordo com a 12ª edição do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, as pessoas com diagnóstico de alto grau de imunossupressão são:
– Imunodeficiência primária grave.
– Quimioterapia para câncer.
– Transplantados de órgão sólido ou de células tronco hematopoiéticas (TCTH) uso de drogas imunossupressoras.
– Pessoas vivendo com HIV/AIDS.
– Uso de corticóides em doses ≥20 mg/dia de prednisona, ou equivalente, por ≥14 dias.
– Uso de drogas modificadoras da resposta imune (vide tabela 1).
– Auto inflamatórias, doenças intestinais inflamatórias.
– Pacientes em hemodia´lise.
– Pacientes com doenc¸as imunomediadas inflamato´rias cro^nicas.
“A SES-MG esclarece que o número de doses recebidas pelos municípios é proporcional à população contemplada no público alvo da campanha e que compete ao município operacionalizar a estratégia de vacinação, de acordo com o cenário do território e com a disponibilidade de doses dos imunizantes”, finaliza o governo de Minas, em nota.
Queiroga reage à decisão de Doria
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reagiu à decisão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de aplicar a quarta dose da vacina contra a covid-19 na população do Estado. Queiroga afirmou que o anúncio é uma “interferência” no trabalho da pasta.
“Não conversei com o governador [de São Paulo]. Já sabemos que ele e outros chefes de Executivo interferem no processo de decisão de imunização. Às vezes, são interferências oportunas, mas essas questões devem ser discutidas no âmbito do Ministério da Saúde, que é quem lidera o processo de imunização. Até porque é o Ministério da Saúde quem tem obrigação de garantir esse direito.