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Pesquisador de Viçosa publica estudo que identifica o cachorro mais antigo das Américas

Fragmento pré-histórico de osso foi descoberto no Alasca. Flávio Augusto da Silva Coelho foi o principal autor de um artigo científico realizado em um doutorado na Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos.
Fonte: G1 - Zona da Mata
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Graduado na UFV, Flávio Coelho segura o fragmento de osso descoberto no Alasca - Foto: UFV/Divulgação

O pesquisador viçosense Flávio Augusto da Silva Coelho publicou recentemente um estudo que identificou, num fragmento pré-histórico de osso descoberto no Alasca, que pertence aos Estados Unidos, o cachorro mais antigo já encontrado no continente americano.

O artigo publicado na revista Proceeding of Royal Society B e repercutido em sites internacionais importantes como Science e National Geographic tem como principal autor o biólogo que é bacharel em Ciências Biológicas e mestre em Biologia Animal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).

De acordo com o estudo, o cachorro teria surgido na Sibéria e vindo para o continente americano com os ancestrais dos seres humanos, o que reforça a expressão de “melhor amigo do homem”, já que nem o período glacial separou os dois seres.

“Desde que foram domesticados, os cães sempre acompanharam os seres humanos. Por isso, a presença deles é um forte indicativo da presença de nossa espécie, ajudando a entender a ocupação do planeta por nós”, revelou o pesquisador.

 

Atualmente, ele cursa doutorado na Universidade de Buffalo e estuda a evolução e biogeografia de mamíferos no sudeste do Alasca, e a descoberta contribui para o entendimento do modo como os primeiros Homo sapiens chegaram ao que, milhares de anos depois, viria a se tornar a América.

A teoria mais aceita era a de que o deslocamento teria ocorrido numa rota surgida no interior do território, então ocupado por duas grandes geleiras. Isso porque os restos do que antes era o cachorro mais antigo haviam sido encontrados em uma região central dos Estados Unidos, que sugere um percurso por dentro do continente.

“Nossas análises apoiam um caminho diferente, pela costa oeste, à margem do que hoje é o Oceano Pacífico”, observou Flávio, acrescentando que, na época, o “litoral” era bem distinto de como é hoje.

“A maior parte da água estava congelada nos polos, então o nível dos oceanos era muito mais baixo, algo em torno de 150 metros. Isso tornava possível andar em muitas áreas que estão atualmente submersas”, destacou o pesquisador.

O estudo continua e ainda existem muitas perguntas a serem respondidas como, por exemplo, como se deu o deslocamento entre as regiões do planeta.

“Ainda não se sabe se a travessia aconteceu a pé ou em algum tipo de embarcação, por exemplo. Nem por qual razão os seres humanos vieram. Mas sabemos que, quem veio, teve a companhia de cachorros”, completou.

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