Pacientes de Viçosa e Paula Cândido estão entre os 150 casos suspeitos de reinfecção por Covid-19 que estão sendo investigados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, segundo informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Saúde, ontem, terça-feira (27).
No boletim Viçosa aparece com um caso investigado e Paula Cândido com dois. Nenhum dos casos foram descartados até o momento.
Os secretários de saúde de Viçosa e Paula Cândido foram procurados, mas até a publicação desta matéria não haviam se pronunciado.
A reinfecção acontece quando a pessoa se recupera da Covid-19 e tempos depois ela adoece novamente. Para confirmar a recontaminação, é preciso provar que o código genético do primeiro vírus é diferente do segundo. O código genético é como se fosse uma impressão digital do vírus.
De acordo com o boletim divulgado pela SEC/MG, em todo o estado já foram notificados 309 casos de reinfecção desde o início da pandemia, sendo que 2 já foram descartados, 1 confirmado e 156 foram considerados inconclusivos “devido à falta de dados que permitissem a investigação”. Os outros 150 são os que seguem em investigação.
Em Belo Horizonte, são 57 casos de pacientes com a suspeita de terem sido infectados pela segunda vez com Covid-19. Ao todo, desde o início da pandemia, já foram notificados 111 casos suspeitos de reinfecção na capital mineira. Destes, 1 caso foi descartado, 53 foram classificados como inconclusivos e os 57 permanecem em investigação.
O primeiro caso de reinfecção do mundo foi confirmado em agosto, por pesquisadores de Hong Kong. Trata-se de um homem saudável com o segundo caso de Covid-19 diagnosticado 4 meses e meio depois do primeiro. O sequenciamento do genoma mostrou que as duas cepas do vírus são diferentes, o que comprova a reinfecção. No Brasil, o primeiro caso de reinfecção foi confirmado em 9 de dezembro.
Como são as investigações
Em Minas Gerais, as investigações de reinfecção são realizadas por meio do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas) em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e regionais de saúde.
Pelo protocolo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) considera casos suspeitos de reinfecção aqueles em que a pessoa apresentou novo quadro clínico em período acima de 90 dias do primeiro episódio confirmado laboratorialmente.
Desde 7 de setembro, quando houve mudança no protocolo, todos os casos positivos para a Covid-19 com novo quadro clínico em período maior ou igual a 90 dias da primeira confirmação passaram a ser testados e notificados ao estado. As amostras positivas são enviadas à Funed, que faz sequenciamento genético para verificar a presença de mutações.
O processo de investigação é iniciado com as notificações recebidas diariamente. A partir da identificação da origem das duas amostras, a Funed verifica a viabilidade das amostras. Caso as duas apresentem boa viabilidade, ou seja, se encontrado material genético do vírus, elas são encaminhadas para realização de sequenciamento genético com o objetivo de verificar se trata-se de vírus de linhagens diferentes.
Dos casos em investigação, alguns aguardam a avaliação de viabilidade da amostra, outros aguardam o encaminhamento da amostra quando feito por laboratórios diferentes da Funed. Em alguns casos, ainda é aguardada a informação se o paciente realmente tem as duas amostras.