Os leitos de pronto atendimento, clínicos e de terapia intensiva, exclusivos para pacientes com diagnóstico confirmado ou suspeito da Covid-19, dos hospitais de Viçosa, recebem pacientes de todas as cidades da microrregião de saúde e até da macrorregião Leste do Sul. É o que aconteceu nos primeiros meses este ano, quando faltaram leitos nas microrregiões vizinhas de Ponte Nova e Manhuaçu.
Ainda assim, os pacientes de Viçosa são maioria no balanço de internações do Hospital São João Batista (HSJB), obtido pelo Folha da Mata. O HSJB é o único hospital referência de pronto atendimento para casos da doença e realiza internações de pacientes com quadros leves e graves desde março do ano passado.
Dados do Hospital São Sebastião (HSS) – outra instituição viçosense que recentemente passou a atender casos de Covid – não foram contemplados neste balanço.
Durante toda a pandemia, 415 pessoas foram internadas no HSJB, de acordo com o balanço da instituição. O número não representa a quantidade de internações, já que amesma pessoa pode ser internada por mais de uma vez. Desse total, 241 são moradores de Viçosa e 174 de outros municípios. Pacientes de outras cidades são 42% do total de internados.
Depois de Viçosa, a cidade que mais ocupou leitos no HSJB foi Teixeiras, que já teve 46 moradores internados no hospital. A seguir, estão as cidades:
- São Miguel do Anta (36);
- Porto Firme (27);
- Paula Cândido (11);
- Cajuri (10);
- Araponga (10);
- Pedra do Anta (8);
- Canaã (5);
- Coimbra (5);
- Ervália (4).
O restante das ocupações está distribuído entre cidades mais distantes.
Nenhuma dessas cidades citadas possuem suporte hospitalar para pacientes acometidos com a Covid-19, sobretudo suporte respiratório, demanda da maioria dos pacientes que necessitam de internação. Por isso, por meio do SUS, os pacientes desses municípios são encaminhados para Viçosa ou outra cidade próxima que tenha leito disponível. Os encaminhamentos são feitos por uma central de regulação estadual.
Em alguns casos, quando não há vagas em leitos clínicos ou de UTI no Hospital São João Batista, os pacientes são temporariamente internados em leitos do pronto atendimento (que também são dotados de suporte respiratório), enquanto aguardam transferência para outros hospitais.
REPASSES FINANCEIROS
O HSJB recebe recursos do SUS para a manutenção dos leitos exclusivos para pacientes com Covid-19. Para manter os 10 leitos de UTI, a instituição recebe R$ 480 mil por mês. Para os leitos clínicos, que são 20, o hospital recebe R$ 324 mil mensais. Já para o pronto atendimento de Covid-19, o HSJB conta com um repasse de R$ 119 mil por mês.
Todos esses repasses são provenientes de recursos vinculados, cujas transferências são intermediadas pela Prefeitura de Viçosa, por meio de contratos. A secretaria de Saúde ainda repassa, ao hospital, R$ 77 mil por mês, de recursos próprios, para a manutenção do pronto atendimento comum.