A maioria da população brasileira considera que os preços de produtos da cesta básica, como arroz, feijão e óleo de cozinha, não vão voltar ao patamar pré-pandemia de covid-19. É o que aponta levantamento exclusivo feito pelo instituto Paraná Pesquisa a pedido da Itatiaia. Foram entrevistados 2.248 brasileiros com 16 anos ou mais em 26 estados e do Distrito Federal durante os dias 4 a 8 de março. Para 65,7% deles, os preços não vão voltar ao patamar de março de 2020; já 28,9% acham que voltam e 5,4% não souberam responder.
A pesquisa, registrada no Conselho Regional de Estatística sob o nº 3122/20, tem grau de confiança de 95% e margem de erro geral de 2%. O levantamento, feito por telefone, considerou sexo, faixa etária, escolaridade, nível econômico e posição geográfica.
Consumidores
A reportagem da Itatiaia foi às ruas para conversar com os consumidores. A reclamação é geral. Assim como na pesquisa, os entrevistados disseram que os preços não voltam ao patamar anterior e ainda vão ter mais reajustes. É o caso do supervisor operacional Sérgio Renato, 27 anos. Mesmo morando sozinho, ele tem comprado menos. “Não tenho esperança (na redução dos preços). De um mês para o outro as coisas só estão aumentando. Está cada dia pior. Sozinho já acho caro, imagina para quem tem filhos e mais gente dentro de casa ganhando o salário de hoje em dia?”, questiona.
A diarista Suelli da Conceição Mendonça Barbosa, 59 anos, sente até constrangimento ao ir ao supermercado. “A tendência agora é só aumentar. está tudo caro: arroz, feijão, açúcar. Tenho até vergonha de entrar no supermercado. A gente entra com a intenção de comprar mais coisas, mas traz é menos ainda. Complicou tudo”.
Alta de 86%
O diretor do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, ressalta que alguns produtos, como carne vermelha, subiram mais de 40%. Ela ainda cita reajustes maiores nos itens da cesta básica.
“O arroz tipo 1 de 5 quilos era R$ 13,22, em média, e agora ele custa R$ 23,51, aumento de 78%. O feijão carioquinha, de 500 gramas, era R$ 4,21 o pacote. Hoje está R$ 7,82, aumento de 86%”, diz o economista, que ressalta reajustes significativos nos preços do óleo (83%) e do açúcar (47%).