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Preço de verduras e legumes aumenta mais de 200% após chuva

Boletim do Ceasa aponta alta de preços; Balanço da Emater estima 127 mil produtores afetados no Estado
Fonte: Redação / O Tempo
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FRUTAS HORTI DDD
Preço do tomate saiu de R$4,99 kg para R$ 12,99 kg em sacolão nos últimos dias

 

 

Quem foi ao sacolão nesta semana para comprar verduras e legumes notou que o preço destes produtos está ainda mais alto, mas, em contrapartida, a qualidade dos alimentos é mais baixa na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O intenso volume de chuva que atinge Minas Gerais desde a semana passada inundou plantações e fechou estradas, dificultando a colheita, transporte e distribuição das mercadorias. O resultado é um aumento de até 275% no preço de produtos como o tomate, por exemplo, segundo boletim desta quarta-feira da CeasaMinas em Contagem.

Nos estabelecimentos de BH, o fruto é ofertado com dificuldade, segundo lojistas, mas há registros de venda a R$13 kg. Outros legumes que tiveram alta expressiva foram a abobrinha italiana, que encareceu 234%, o jiló, que subiu 157%, além da berinjela, quiabo, alface, couve e hortaliças como cebolinha, coentro e salsa.

“O preço da mercadoria aumentou muito e a qualidade não está 100%. O cliente chega e se assusta com o preço, mas o problema está em todo local”, afirma Josenildo dos Santos, gerente do Sacolão Real, no Centro da capital. De acordo com a CeasaMinas, até o final da semana será feito um balanço sobre o impacto das precipitações no valor e oferta de verduras, frutas e legumes.

Até o momento, a maior dificuldade está no recebimento de folhosas, conforme a central de abastecimento. Na Grande BH está concentrada a maior produção de verduras do Estado. E com as chuvas do último final de semana que deixaram cidades ilhadas, muitos produtores perderam tudo ou grande parte do que tinham para colher e enviar para comercialização.

Balanço da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) aponta que 127 mil produtores rurais, de 416 cidades, foram prejudicados. Neste universo está Eduardo Rezende, de 47 anos. Morador de São Joaquim de Bicas, ele estima ter perdido 15 a 25 mil pés de alface, um prejuízo que chega a R$30 mil.

“Uma parte eu iria colher semana que vem, outra era essa semana e perdi quase 90%”, calculou. Ele acredita que deve precisar de no mínimo 40 dias para começar a recuperar a mercadoria perdida. O produtor Paulino Ribeiro, de 64 anos, que atua em Brumadinho, perdeu tomate e pimentão. Parte da mercadoria estava em uma propriedade que ficou inacessível com o fechamento de uma estrada vicinal na cidade. “Era para ser uma produção de 300 caixas de pimentão, mas restaram 120”, observou.

Segundo ele, a mercadoria que foi possível colher sábado e domingo para venda, também sofreu impacto. “Só consegui chegar no Ceasa ontem com muita dificuldade e a qualidade cai um pouco”, lamentou. A dificuldade de acesso aos produtos é notada, inclusive, por quem espera para a comercialização no Ceasa.

A comerciante Fabíola Cristina trabalha no Hortifruti Amaral e disse que, na última segunda-feira, grande parte das mercadorias só chegaram depois de 12h. “Foi bem tumultuado e o que vem chegando está caríssimo e a qualidade não está boa. Verduras estão amassadas, tomate quase não chega”, contou.

Transporte vai aumentar preço

A dificuldade de transportar as mercadorias também contribui para o aumento no preço de hortifrutis. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o Estado tem 96 pontos de interdição parcial e 43 trechos de interdição total entre rodovias federais e estaduais. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Gladstone Lobato, a situação atrasa as entregas pois há pontos em que não há condição de tráfego.

Lobato acredita que o cenário deve se agravar com a alta de 8% no litro do diesel nas refinarias, anunciada pela Petrobras. “Com toda essa situação de chuva é um complicador imenso. Estamos imaginando uma alta de R$0,27 e não conseguimos absorver isso”, adiantou. A tendência, segundo Gladstone, é um reajuste de até 4% no preço do frete, só levando em consideração a alta do diesel, para tentar recompor o gasto adicional com combustível. “Não temos margem para assumir e, infelizmente, o consumidor deve pagar mais essa conta”, complementou.

Segundo a Emater, os setores mais prejudicados até o momento no Estado são o de produção de feijão, hortaliças, leite, além da piscicultura, avicultura caipira, pecuária de corte e suinocultura caipira.

 

 

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