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Após quase dois anos, 42 praças de pesagem seguem fechadas nas rodovias de Minas

Atualmente, estradas administradas pelo estado contam com apenas seis postos de fiscalização para excesso de peso. Número de multas aplicadas caiu 66% entre 2020 e 2021
Fonte: Redação / O Tempo
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Balança abandonada na LMG 808, na altura do km 14, em Nova Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte

 

Na praça de pesagem que antes funcionava 24h por dia, a estrutura tomada pelo mato alto e o abandono. Com o fim do contrato com a empresa responsável pelo serviço, o posto de fiscalização localizado na MG 164, entre Bom Despacho e Martinho Campos, no Centro-Oeste de Minas Gerais, está fechado há quase dois anos. O representante comercial Humberto Couto, 49, usa a rodovia todas as semanas e conta que, desde então, as condições do asfalto pioraram muito.

“São muitos buracos por toda a pista, e por aqui passam muitos caminhões carregados com carvão, além de outros produtos. Como não há mais fiscalização, muitos devem rodar acima do peso permitido e isso prejudica a rodovia”, contou. Segundo ele, pequenas obras são comuns, mas bastam poucos meses para o problema voltar. “A rodovia é a principal para o escoamento de cargas das cidades da região, já que vai até a BR-262. Já teve uma época que ficou bastante tempo sem a pesagem e a situação era mesma, até o serviço voltar. É um absurdo”, acrescentou.

E a situação se repete por todo o estado. Desde julho de 2020, das 46 praças de pesagem existentes nas rodovias administradas pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), 42 deixaram de funcionar por conta do fim do período contratual. Atualmente, apenas seis postos fazem a fiscalização nas vias estaduais, sendo dois na MG-050, que está sob concessão e é administrada pela iniciativa privada, e outros quatro na MGC-135, em Mirabela, no Norte de Minas, na MG-290, em Borda da Mata, MG 179, em Pouso Alegre, e LMG-877, em Poços de Caldas, todas no Sul de Minas.

Para o consultor de trânsito Silvestre de Andrade, a situação é crítica, já que as balanças ajudam a manter a qualidade do pavimento, que é direcionado para receber uma determinada quantidade de carga e fluxo de veículos. “Se um desrespeito a esse limite de peso, o desgaste do pavimento é acelerado. Quanto mais carga acima do peso permitido é colocado no caminhão, mais rápido acontece esse processo. E é exponencialmente. Se eu dobrei a carga, quadrupliquei o impacto no pavimento”, explicou.

O especialista lembrou ainda que, normalmente, a pavimentação é projetada para ter uma vida útil de dez anos. Porém, com o excesso de carga, grandes reparos começam a ser necessários em pouco tempo. “O asfalto vai se deteriorando rapidamente e isso tem um impacto nos custos gerais de quem usa a rodovia. Quanto pior o pavimento, maior o custo operacional dos veículos que passam ali. A velocidade é reduzida, há riscos de estourar os pneus e quebrar o veículo”, disse.

Outro problema, segundo Silvestre, é o aumento do risco de acidentes diante da falta de fiscalização. “Quando o caminhão, está com peso acima do dimensionado para o próprio veículo, ele também reduz a sua dirigibilidade. Em uma freada brusca emergencial, há menos condições de dominar o veículo e também a estabilidade reduz. A direção e os amortecedores podem não funcionar corretamente e isso pode causar ocorrências graves”, frisou. Só na região metropolitana de Belo Horizonte, duas praças de pesagem deixaram de funcionar: na LMG 808, em Nova Contagem, e na MG 432, em Esmeraldas.

Infrações por excesso de carga caíram 66% no período

Conforme dados do DER-MG, no primeiro semestre de 2020, quando todas as 46 praças de pesagem estavam em operação, foram fiscalizados 2,3 milhões de veículos de carga e aplicadas 52,5 mil infrações. Já em todo o ano de 2021, com quatro postos, o número de caminhões fiscalizados caiu para um milhão, com 17,7 mil infrações, uma redução de 66% na comparação com o período anterior.

O departamento informou que concluiu os estudos técnicos para o novo processo licitatório e que durante a vigência do contrato a quantidade de praças de pesagem pode subir de 46 para 70, “desde que haja disponibilidade orçamentária”. O órgão alegou ainda que o edital foi publicado no final do ano passado e a abertura das propostas aconteceu na última terça-feira (8), na sede do DER-MG, na região Central de Belo Horizonte, quando 11 empresas demonstraram interesse em pegar a licitação. Os trabalhos para a fase de habilitação da documentação já foram iniciados.

Setor produtivo defende retomada da fiscalização

O consultor técnico do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Estado de Minas Gerais, (Setcemg), Luciano Medrado, afirmou que o setor é favorável à fiscalização do excesso de carga nas rodovias para preservar a concorrência. “A pesagem rodoviária é um fator importante para melhorar o nível de qualidade da competição, além de reduzir o número de acidentes e manter as boas condições das estradas”, enfatizou.

Porém, Medrado defendeu que é preciso criar projetos mais modernos para a pesagem dos veículos. “No mundo hoje não se fala mais em balança, a medição já é feita com o veículo em movimento. Já que vai investir, esse sistema seria muito mais vantajoso para todos. Você ganha em produtividade, porque o caminhão não precisa parar para pesar e não compromete o tempo de viagem”, finalizou.

 

Confira a localização das praças de pesagem paralisadas em Minas

 

Região metropolitana

Nova Contagem – LMG 808 (km 14)
Esmeraldas – MG 432 (km 6,5)

 

Centro-Oeste de Minas

Pará de Minas – MG 432 (km 6,5)
São Gonçalo do Pará – MG 430 (km 26,5)
Itaúna – MG 431 (km 54,6)
Cláudio – MG 260 (km 16)
Arcos – MG 170 (km 56,5)
Oliveira – MGC 369 (km 4)
Pedra do Indaiá – MG 164 (km 218)
Córrego Fundo – MG 439 (km 5,8)
Bom Despacho – MG 164 (km 136)
Pompéu – MG 420 (km 14,5)

 

Região Central

Entre Rios de Minas – BR 383 (km 32)

 

Zona da Mata

Dona Euzébia – MGC 120 (km 745)
Rio Pomba – MGC 265 (km 109,2)
Rio Casca – MGC 329 (km 104)
Acaiaca – MG 262 (km 30)
Juiz de Fora – LMG 874 (km 5)
Rochedo de Minas – MG 126 (km 36,6)
Palma – MG 285 (km 36,6)
Goianá – MG 353 (km 48,8)

 

Alto Paranaíba

Ibiá – MG 187 (km 67)
Patos de Minas – MGC 354 (km 171)
Ituiutaba – MGC 154 (km 53,6)

 

Vale do Jequitinhonha

Diamantina – MGC 367 (km 583)

 

Triângulo Mineiro

Uberlândia – BR 497 (km 18,5)
Araguari – MG 223 (km 114,5)
Tupaciguara – MGC 452 (km 54,6)
Monte Carmelo – MG 190 (km 21,5) e MG 223 (km 13,8)
Nova Ponte – MG 190 (km 126,3)

 

Vale do Rio Doce

Dores de Guanhães – MGC 120 (km 356)

 

Sul de Minas

Lavras – LMG 506 (km 1)
Bom Sucesso – MG 332 (km 6)
Aguanil – MGC 369 (km 77)
Pratápolis – MG 344 (km 82,6)
Alpinópolis – MG 446 (km 7)
Arceburgo – MG 449 (km 9,3)

 

Noroeste de Minas

Paracatu – MG 189 (km 149)

 

Nordeste de Minas

Nanuque – BR 418 (km 16,6)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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