O avanço do novo coronavírus e a piora na situação do sistema de saúde faz com que este seja o pior momento da pandemia em Minas Gerais. Saúde, economia e cultura vivem diariamente os impactos da crise provocada pela covid-19.
Saúde
Para quem depende de um transplante de órgão, a fila de espera disparou na pandemia, segundo o diretor-geral do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado.
“A pandemia afeta os transplantes de várias maneiras e a principal delas é que todo paciente que teve contato com algum doente ou que desenvolveu sintomas da doença ou sintomas gripais automaticamente a gente descarta ele da doação, com isso já diminui o nosso pool de doadores. Todo doador que vem positivo também é descartado. Além disso, isolamento social prejudicou de algumas maneiras. Em 2019 a gente tinha 4.100 pacientes na fila de espera e no final de 2020 já eram 4.618, atualmente são aproximadamente 4.900.”
Economia
Na economia, o fechamento do comércio não essencial e as diversas restrições aplicadas em vários setores faz com que diversos segmentos sintam o impacto da pandemia, com prejuízos, queda na arrecadação e até mesmo falência.
De acordo com o presidente do sindicato que representa o setor, Júlio Ferreira, a restrição gera sérios transtornos para a população e prejuízos aos empresários. “A nossa grande preocupação envolve a questão da segurança da sociedade em relação ao abastecimento de produtos necessários para a manutenção do mobiliário urbano, tanto público como privado. A sociedade precisa de materiais. A essencialidade dos materiais não é algo determinado por nós, é determinada pela essência do nosso produto.”
Outro setor que foi muito afetado é o de bebidas, principalmente com a extensão do fechamento de bares e restaurantes da capital. Conforme Mário Marques, presidente do sindicato que representa a categoria, esse é o pior momento para o seguimento desde o início da pandemia. “A perda nas vendas é significativa apesar das pessoas estarem consumindo mais em casa. No momento nós estamos com um consumo abaixo do nível que tínhamos antes da pandemia.”
Ainda no setor econômico, a indústria de embalagens está com dificuldade para atender os pedidos durante a pandemia. A situação se agravou ainda mais com a determinação da Onda Roxa em todos os municípios de Minas, como forma de conter o vírus e evitar o colapso do sistema de saúde.
Cultura
No setor cultura, os artistas reclamam da falta do Auxílio Emergencial, já que o seguimento foi um dos mais afetados com a pandemia, com a suspensão de shows e eventos culturais. De acordo com a presidente da cooperativa InMinas, Sinara Teles, os recursos da Lei Aldir Blanc estão chegando com atraso. Ela explica que todos os projetos têm que ser executados até 30 de junho, com prestação de contas até o meio de agosto. Porém, o atraso ameaça a realização desses projetos.
“Se esse recurso não chega na mão do artista a situação se torna ainda mais crítica nesse momento de pandemia. A suspensão de todo e quaisquer trabalhos presenciais gera um contexto de desempregos, endividamentos, fechamentos de espaços culturais, perdas materiais e imateriais, sem contar na saúde e no emocional dos nosso artistas.”
Em nota, a Secretaria de Cultura de Minas Gerais diz que todos os benefícios confirmados foram pagos em parcela única de R$ 3 mil e que os recursos para outros 90 projetos culturais estão em fase de processamento.